Recentemente foi publicado um artigo falando que o uso desses medicamentos a longo prazo aumenta o risco de desenvolver este câncer em pacientes submetidos ao tratamento de H. pylori.
Como esta classe de medicação é amplamente utilizada em nosso país (e em todo o mundo), este assunto trouxe muitas dúvidas e inseguranças aos nossos pacientes…
Porém é importante tomar cuidado com as informações de um artigo isoladamente . Na medicina, precisamos de vários trabalhos mostrando resultados semelhantes para podermos validar este tipo de afirmação. Este estudo precisa ser reprodutível!! Além disso, todo estudo deve ser avaliado com suas limitações, ou seja, falhas na execução que podem levar a erros na interpretação de seus resultados. A própria FBG (Federação Brasileira de Gastroenterologia) fez uma nota de esclarecimento se referindo a algumas limitações deste trabalho: trata-se de um estudo retrospectivo, não-randomizado, no qual alguns fatores de risco importantes de câncer de estômago não foram comparadas entre os grupos. Além disso, o estudo foi realizado em uma população com alta incidência de câncer gástrico!
Ou seja, novos estudos precisam ser realizados, de preferência no nosso meio, para podermos avaliar esta questão dentro da nossa realidade.
De qualquer forma, os IBPs são extremamente úteis na cura e no controle de doenças bastante frequentes como gastrite e refluxo gastroesofágico. Neste contexto, fica o alerta. Qualquer medicamento é muito útil quando bem indicado! Um bom profissional saberá avaliar o risco X benefício do uso desta e de qualquer outra medicação para o seu caso!
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